0
Há exatamente 20 anos, no dia 12 de junho de 1994, na Austrália, uma das seleções mais desacreditadas que estava disputando o campeonato mundial e derrotava a China na final conquistando o histórico título e escrevia seu nome para sempre na história do basquetebol brasileiro.

Hortência e Paula se abraçam (Foto: Divulgação)
Derrotando os Estados Unidos, as garotas brasileiras conquistaram esse enorme feito, histórico, heroico e totalmente espetacular. E foi exatamente assim que o time comandado por Magic Paula e Hortência conquistou o Campeonato Mundial de Basquete Feminino. 

A camisa 4, Hortência, se lembra como se fosse ontem os segundos finais daquela final contra a China: 

- Me lembro direitinho de como acabou aquele jogo. Faltando menos de um minuto, a Paula foi para a linha de lance livre. Eu sabia que, se ela acertasse, o jogo estaria ganho. Mas eu não podia demonstrar isso. Ela acertou, e eu estava segurando o grito. Pensava “eu sou campeã mundial e isso ninguém me tira”. Foi espetacular – disse ela.

Além da alegria, Hortência lembra bem a grande dúvida que aquela seleção era na época, ainda mais quando a caminhada era complicada, a começar pela escolha do técnico. Miguel Angelo da Luz sofreu uma certa resistência pois essa era a primeira equipe feminina que o comandava. 

Foto: CBB
Na primeira fase o Brasil sofreu duas derrotas. Uma para a Eslováquia por 99 a 88, um duro golpe na confiança de toda a equipe e a segunda, já nos grupos das quartas de final para a China por 97 a 90, no dia 8 de junho mesmo com boas atuações do seu trio Hortência, Paula e Janeth. E na partida contra a Espanha, que valia a vaga para o mata-mata, a vitória veio somente no último minuto (92 a 87) e foi nesse momento que o Brasil "embalou" de vez.


Já na semifinal, o temido duelo com as americanas, que tinham no elenco estrelas como Lisa Leslie, Dawn Staley e Teresa Edwards. Com ótimas atuações de Hortência (32 pontos), Paula (29) e Janeth (22), o Brasil chegou a ficar bem atrás no placar, mas cortou a diferença e arrancou uma vitória heroica por 110 a 107 nos instantes finais da partida.


- Ia chegar a hora em que teríamos que jogar contra elas. Melhor que tenha sido na semifinal; acho que na final não ganharíamos. Mas quebramos aquela regra de só dar elas ou a Rússia – conta Hortência.

E no dia 12 de junho veio a grande consagração, contra a China, Hortência brilhou novamente e com 27 pontos comandou a vitória brasileira por 96 a 87. Na mesma noite, Janeth anotou 20 pontos e Paula 17, além de seis assistências. Pelo lado da China, Zheng pontuou bem, 27 tentos, o que não foi o bastante para frear o Brasil naquele dia, onde o basquete feminino verde e amarelo estava definitivamente no topo do planeta. 

- Nossa geração sentiu que aquela oportunidade talvez fosse a última para chegar a uma posição adequada ao nosso comprometimento – lembra Paula.

— Comissão Técnica

Raimundo Nonato (chefe da delegação), Waldir Pagan (supervisor), Miguel Ângelo da Luz (técnico), Sérgio Maroneze (assistente), Hermes Balbino (preparador físico), Marli Kecorius (médica), Marísia Lébeis (fisioterapeuta) e José Pedro Felício (massagista, in memorian).

— Jogadoras

Adriana Santos, Alessandra Oliveira, Cintia dos Santos, Dalila Mello, Helen Luz, Hortência Marcari, Janeth Arcain, Leila Sobral, Paula Gonçalves, Roseli Gustavo, Ruth de Souza e Simone Pontello.

— Campanha do Brasil

Brasil 112 x 83 Taipé; Brasil 88 x 99 Eslováquia; Brasil 87 x 77 Polônia; Brasil 111 x 91 Cuba; Brasil 90 x 97 China; Brasil 92 x 87 Espanha; Brasil 110 x 107 Estados Unidos (semifinal); e Brasil 96 x 87 China (final)

— Classificação final

1º- Brasil; 2º- China; 3º- Estados Unidos; 4º- Austrália; 5º- Eslováquia; 6º- Cuba; 7º- Canadá; 8º- Espanha; 9º- França; 10º- Coréia do Sul; 11º- Itália; 12º- Japão; 13º- Polônia; 14º- Taipé; 15º- Nova Zelândia; 16º- Quênia


Fonte: CBB

Postar um comentário

Obrigado pelo seu comentário. Não publicamos neste blog comentários com palavras de baixo calão, denúncias levianas e troca de ofensas entre leitores.